O preto é só o preto. A preta é só a preta.
Em determinadas condições foram escravizados
E nessas condições lutou sozinho.
O branco lavou as mãos.
O burguês de sangue, de ouro,
O trabalhador de graxa, das máquinas das indústrias,
O do partido partiu para uma luta bem longínqua,
na Europa.
Chamou o trabalhador do Leste Europeu de camarada.
E deu as costas para o preto, que fora escravizado, no passado.
Quando o preto quebrou as correntes,
Quando a preta quebrou as correntes,
Não mais escravizada olhou pra cima
Olhou pro lado.
E só enxergou pretos
E só enxergou pretas.
O branco lavou as mãos,
De sangue, de graxa das máquinas.
Quando pretos e pretas fizeram rebelião,
ergueu Quilombos
Quilombo cresceu
Quilombo armou, espaço seus.
Seu que não fora só seu:
branco veio; veio indígena; veio judeu.
O preta,
A preta
não lavaram as mãos.
Mas o branco lavou as mãos:
de graxa; de sangue; de ouro; de água benta; do gelo do chá do leste europeu; de cobre;
de papelão; da tinta vermelha que pinta a foice e o martelo; do estupro;
do racismo; da discriminação; do preconceito.
Porque o preto é só o preto. A preta é só a preta.
Que em determinadas condições foram escravizados, foram escravizadas.
E nestas condições lutou sozinho.
E lutamos até hoje ...
pow pow
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